domingo, 20 de fevereiro de 2011

Carnaval

E mais um carnaval se aproxima. Os blocos começam a sair, as pessoas começam a se fantasiar, aquele clima de festa sem hora para terminar começa a se instalar no ar. Sempre disse publicamente que não suporto carnaval, não que não goste de festa, ao contrário, adoro, mas alguma coisa no carnaval me incomoda, talvez a bagunça, a barulheira que toma conta das ruas com alguns milhares de pessoas pouco se importando se você está ou não a fim de aguentar a zona e a sujeira que eles fazem, principalmente em blocos de rua. Se o carnaval se limitasse aos bailes em salões e clubes e ao desfile das escolas de samba, seria bem mais palatável para mim. Mas ontem cai na asneira de aceitar o convite para sair em um dos blocos que desfilaram pela cidade, o "Imprensa que eu Gamo". Uma amiga me fez o convite e eu pensei, por que não?! Por conta de minha recente mudança de status de relacionamento, resolvi arriscar, pensei, estou solteiro, vou tentar uma coisa nova, quem sabe onde isto pode acabar? E fui, lá chegando, após alguns atrasos encontrei algumas amigas e seguimos o bloco, até o início do desfile e por algum tempo as coisas pareciam ir bem, as pessoas pareciam mais educadas e normais, no meio do caminho um amigo se juntou a nós. Assim seguiu até o fim, mas neste ponto as coisas começaram a me incomodar, a frequência já não era tão legal. Sei que no carnaval de rua é impossível limitar o acesso de quem quer que apareça, mas de algum modo esperava que certo tipo de pessoa se mantivesse afastada, afinal é um bloco fundado por jornalistas, de quem se espera senso crítico e um nível cultural mais alto, mas muitos do que lá apareceram nunca devem ter passado nem perto de uma faculdade de o que quer que seja e com um comportamento que beira a educação dada por pais aos seus filhos na Idade da Pedra. Enfim, aprendi a lição e até que foi bom, uma dose de realidade de um bloco de rua me fez confirmar a certeza que já tinha desde que comecei a ter opinião própria; a de que eu e o carnaval realmente não nos entendemos e, para mim sua extinção não faria falta nenhuma... Mas como isso é algo que só acontecerá quando a humanidade não mais habitar este planeta, me contento em ficar no meu canto e deixar o carnaval passar no canto dele.

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